Palha da cana-de-açúcar é a base para criação de combustível verde

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram a patente “Hidrólise enzimática da palha de cana-de-açúcar usando enzimas produzidas por fungo”, para transformar resíduos da cana-de-açúcar em produtos como o etanol de segunda geração, que pode ser utilizado como combustível verde.
A iniciativa foi desenvolvida no laboratório de bioengenharia, do centro de tecnologia da UFPB.
Os pesquisadores responsáveis pela patente são: Felipe Santos, Sharline Melo, Amanda Carvalho, Laís Campos e Débora Jamila.
Todos fazem parte do departamento de engenharia química e realizaram parceria com o centro de biotecnologia, em João Pessoa.
De acordo com a orientadora do projeto, professora Sharline Melo, a ideia surgiu pela necessidade de desenvolver a produção de etanol sem aumentar a área de cana-de-açúcar plantada.
“O objetivo foi fazer a hidrólise da palha para produzir etanol de segunda geração. Os fungos utilizados foram isolados de uma usina da região. Vários bioprocessos têm sido desenvolvidos utilizando esses materiais e especial atenção vem sendo dada ao reaproveitamento de resíduos gerados nos diversos processos industriais”, conta Sharline.
Felipe, afirma que o aproveitamento de resíduos ocorre em diferentes setores da agroindústria e, com a palha de cana-de-açúcar, foi possível realizar a produção de etanol celulósico ou álcool de segunda geração.
“Produziu-se etanol sem aumento da área de plantação da cana-de-açúcar. Foi possível hidrolisar a palha da cana utilizando um coquetel de enzimas produzidas por fungos isolados do solo de uma usina sucroalcooleira da Paraíba. A hidrólise nada mais é que a quebra da celulose em unidades de açúcares menores, que podem ser fermentados a etanol usando microrganismos específicos e já conhecidos”, explica o pesquisador.
Segundo ele, a patente possui aplicabilidade em refinarias bioenergéticas e em setores que utilizam processos de conversão de biomassas, ou derivados da natureza, para a produção de combustíveis, eletricidade e calor.
“O invento possibilita o aproveitamento de resíduos agroindustriais, a redução do impacto ambiental e menor custo na produção das enzimas para utilização nas indústrias. São benefícios e características que fazem do etanol celulósico uma fonte de energia promissora e renovável no setor de combustíveis”, destaca.
Dentre as etapas necessárias para a produção de combustível, Felipe ressalta a etapa de pré-tratamento da biomassa – no caso a palha da cana-de-açúcar – como fundamental no aperfeiçoamento da ação.
Por meio dela, realiza-se a desestruturação da parede celular, que precisa ser satisfatória para a celulose ficar totalmente disponível na etapa de hidrólise.
Interessados no desenvolvimento, aperfeiçoamento e na produção da patente, podem entrar em contato com A agência de inovação da UFPB, pelo e-mail inova@reitoria.ufpb.br.
HELENO LIMA



FALA PARAÍBA-BORGES NETO

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