Bolsonaro doa R$ 10 mil em espécie para campanha de Carlos a vereador do Rio de Janeiro

 

RIO — O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) doou R$ 10 mil em espécie à campanha do filho Carlos Bolsonaro (Republicanos) para a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. O depósito consta na declaração de receitas feita pela campanha do próprio vereador, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O sistema mostra que o presidente fez um "depósito em espécie" no valor de R$ 10 mil no dia 2 de outubro. Além dessa doação, o vereador Carlos Bolsonaro fez uma transferência eletrônica no valor de R$ 10 mil reais para a campanha deste ano. Ao todo, R$ 20 mil constam em receitas na candidatura do filho do presidente.

A prática de utilizar dinheiro vivo na campanha é a mesma utilizada pela família em outras eleições. Recentemente, o jornal Folha de S. Paulo revelou que, entre 2008 e 2014, o presidente e seus filhos injetaram R$ 100 mil em espécie para irrigar as campanhas do clã, conforme dados declarados ao TSE, em depósitos ou recursos em espécie. Carlos também declarou nas últimas duas eleições ter entre seu patrimônio R$ 20 mil em espécie guardado em casa.

Procurada, a assessoria de Carlos Bolsonaro ainda não se manifestou.

O uso de dinheiro em espécie tem sido um hábito da família para o pagamento de imóveis e contas pessoais, conforme revelados por reportagens do GLOBO e investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), no caso da "rachadinha" no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Membros da família do presidente Jair Bolsonaro movimentaram, em 24 anos, R$ 1,65 milhão em dinheiro vivo, empregado em transações imobiliárias e no pagamento de despesas pessoais. A conta supera R$ 3 milhões em valores corrigidos pela inflação.

O montante corresponde à soma de operações em espécie que envolveram o senador Flávio Bolsonaro, do deputado federa Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro, filhos do presidente, ambos filiados ao Republicanos, bem como as duas ex-mulheres do atual ocupante do Palácio do Planalto, Rogéria Bolsonaro e Ana Cristina Valle.

A prática, embora não seja ilegal, dificulta a rastreabilidade da origem do dinheiro e pode ser utilizada para ocultar aumentos injustificáveis de patrimônios, decorrentes de recursos ilícitos.

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