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Rafael Freire propõe criação de empresa municipal de transporte e passagem a R$ 3,30

 


O convidado da rodada de entrevistas com os candidatos a prefeito de João Pessoa, do programa Tribuna Livre, desta sexta-feira (16), foi Rafael Freire (UP).

O jornalista de 36 anos, afirmou que é filho do bairro Jaguaribe e que tem uma história de luta no movimento estudantil e pela categoria. Ele destacou a participação nos protestos contra o aumento das passagens.

“Temos uma defesa clara do socialismo, contra o sistema capitalista de exploração e luta contra o governo Bolsonaro, que massacra o povo e deu às costas durante a pandemia”, disse.

Esquerda fragmentada?

O candidato destacou que se coloca à esquerda e negou que haja uma fragmentação da esquerda superior à da direita. “São 14 candidaturas e eu considero que destas seis são de esquerda e oito de direita. São poucos partidos de esquerda no Brasil em comparação aos 20 e tantos de direita. A chegada de Bolsonaro fragmentou ainda mais a direita, mas a esquerda, infelizmente não foi possível construir uma unidade. A unidade tem que ser construída, precisa concordar e não existe imposição”, ressaltou.

Transporte

O candidato sugeriu a criação de uma empresa municipal de transporte para, a princípio, atuar como transporte suplementar e a curto e médio prazo oferecer concorrência às empresas. “As famílias sofrem porque a passagem custa R$ 4,15 e vamos reduzir o preço da tarifa em 20% que é a média de lucro de uma grande empresa. Como não visamos o lucro, podemos abrir mão dessa porcentagem e garantir a passagem a R$ 3,30, além do passe livre para trabalhadores e desempregados”, explicou.

Padrinho político

Questionado quem seria o nome nacional que norteia a candidatura, Freire ressaltou que a Unidade Popular não trabalha nessa lógica. “Não faz parte do nosso dicionário”, disse destacando que o presidente nacional da sigla, Leonardo Péricles, é um negro de 37 anos, morador de uma ocupação em favela de Minas Gerais, numa casa que ele mesmo construiu. “Nosso diálogo vem do campo da esquerda, construímos o partido debaixo de sol e chuva, coletando assinaturas e o padrinho é o povo, a classe trabalhadora”, apontou.

Emprego e renda

Freire pontuou que o projeto da UP integra moradia, emprego e renda e turismo, mas que no âmbito da moradia planeja a elaboração e um projeto de cooperação que vai envolver a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Instituto Federal da Paraíba (IFPB), entidades de classe da área de construção, Conselho Regional de Arquitetura, Conselho Regional de Engenharia, associações de moradores para a construção de moradias populares. “Em João Pessoa são 30 mil famílias sem casa ou pagando mais de 30% do orçamento no aluguel. A conta nunca fecha. Vamos ocupar devidamente os terrenos que hoje são usados apenas para especulação imobiliária. Não dá para empurrar as pessoas para moradia praticamente fora da cidade”, ressaltou.

Além disso, para Rafael o projeto feito dessa maneira vai adensar a cidade e evitar que as pessoas usem ônibus e carro, além do viéis de construção e requalificação. “O povo pobre quer trabalhar, se a prefeitura ofertar esse projeto, terá condições. O orçamento público não pode estar em função das grandes construtoras”, apontou.

Pouco espaço na mídia tradicional

O candidato destacou que apesar de não ter participação no guia eleitoral ou nos debates, a perspectiva da candidatura é boa, pois não é exclusivamente eleitoral, apesar de esperar ser uma surpresa pela reação que alega sentir nas comunidades e portas de empresas. “As pessoas têm uma repulsa muito grande aos partidos tradicionais, abarrotados de escândalos de corrupção. Muitos candidatos vêm fantasiados de novo, mas representam as oligarquias. Nós fazemos um trabalho de formiguinha, com panfleto, reuniões com poucas pessoas, não somos irresponsáveis como os que estão se abraçando com as pessoas na rua. Estamos fazendo o trabalho correto”, ressaltou.

Educação

Uma das principais propostas, segundo o candidato, é a valorização dos professores acabando com as distorções do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), contratação por concurso público, aumento real no salário, e sobretudo aumento nas unidades de ensino. Rafael afirmou que em João Pessoa existem 100 creches e 100 escolas de ensino fundamental e que é preciso construir no mínimo outras 50, além do projeto piloto de creches noturnas, para as mães que precisam trabalhar durante a noite.

“Além disso, pretendemos erradicar o analfabetismo na cidade. A educação de qualidade é libertadora e precisamos construir perspectivas, senão vamos continuar sofrendo em uma sociedade de classes, profundamente injusta e com direitos negados o tempo todo”, alertou.


Marília Domingues




FALA PARAÍBA-BORGES NETO

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