Escassez global de chips ameaça produção de eletrônicos e preço de consoles, computadores e celulares deve aumentar, diz CEO da Xiaomi

 


As fábricas de eletrônicos e do setor automotivo já alertam sobre uma escassez global de semicondutores que está acabando com os estoques de chips em diversos setores – de carros a consoles de videogame. Os avisos circulam há alguns meses e, segundo a previsão de especialistas, o problema pode durar até 2022, afetando o preço pago pelo consumidor nestes tipos de produtos.

As causas da escassez estão relacionadas à alta demanda por eletrônicos devido à pandemia e a uma dificuldade de produção para atender a essa explosão de consumo. Além disso, a guerra comercial entre China e Estados Unidos também tem suas contribuições para o agravamento do cenário.

Segundo Maribel Lopez, fundadora da empresa de pesquisa de mercado Lopez Research, os problemas de oferta e demanda dificilmente serão resolvidos em breve. A analista explica que uma alta na demanda de chips para celulares era esperada em 2020, mas isso não era uma realidade no mercado de PCs.

Além disso, a tendência de fabricar chips cada vez menores (para aumentar eficiência energética e velocidade) também tornou o processo de fabricação de processadores ainda mais complexo. Somando esses fatores à crise sanitária que impediu o funcionamento de fábricas por conta da COVID-19, a situação escalou para um patamar jamais esperado há pouco mais de um ano.

A escassez global de chips no mercado está aumentando os custos de produção dos smartphones da Xiaomi. E essa despesa pode ser repassada para o consumidor. Pelo menos foi o que afirmou Wang Xiang, presidente da fabricante chinesa durante a teleconferência de resultados do quarto trimestre.

“Continuaremos a otimizar os custos de nossos dispositivos de hardware, com certeza”, afirmou o executivo. "Para ser honesto, faremos o máximo para oferecer o melhor preço possível aos consumidores. Mas, às vezes, podemos ter que repassar parte do aumento de custo para o consumidor em diferentes casos. Estamos sentindo a pressão, mas parecemos bem”.

Três fatores vêm contribuindo enormemente para a escassez de chips na indústria de eletrônicos desde o ano passado: a pandemia de COVID-19, as sanções contra as principais empresas de tecnologia chinesas e uma demanda acima do esperado de smartphones, tablets e notebooks por parte do público, que se viu obrigado a adotar o distanciamento social, ficando mais em casa. Todos esses episódios convergiram para derrubar a cadeia de suprimentos de semicondutores.

A Qualcomm, um dos mais importantes fornecedores da Xiaomi, informou a Reuters que está lutando para atender aos pedidos das principais marcas de smartphones. Segundo informações levantadas pelo site chinês Business News, a fabricante - que também fornece processadores a outras grandes marcas como Realme, Samsung e Motorola - estaria levando mais de 30 semanas para fazer a entrega completa dos pedidos. Além dos chips, itens como fontes de alimentação e dispositivos de radiofrequência também estariam fora de estoque.

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