Funjope promove Festival Barril de Cultura na Casa da Pólvora em agosto

 

A Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) está organizando, por meio do Centro Cultural Casa da Pólvora, o Festival Barril de Cultura, um evento com a mostra dos 28 projetos aprovados no edital de 2019/2020 para ocupação do espaço. Os artistas farão apresentações envolvendo dança, exposições, saraus e artes visuais. A abertura será no dia 19 de agosto, às 16h, e o evento, que será de quinta a domingo, se estende até 26 de novembro.

A experiência que será realizada na Casa da Pólvora, no mês de aniversário de João Pessoa, faz parte de um compromisso estabelecido pela Funjope, junto com os artistas, para que fosse possível realizar um edital que foi julgado, avaliado e concluído no ano de 2019, mas não tinha sido concretizado.

“Desde o início do ano, quando assumimos a direção da Funjope, anunciamos para os artistas que não iríamos deixar de lado esse edital. Nós entendemos que eles se esforçaram para desenvolver seus projetos, participaram de um concurso e conquistaram essa premiação. Não seria justo simplesmente abandonar”, observou o diretor-presidente da Funjope, Marcus Alves.

Há alguns meses, a Funjope e os artistas têm conversado sobre o melhor momento e a melhor forma de realizar o edital. “Agora, a partir da flexibilização das atividades na cidade, vamos começar a desenvolver todos os projetos que foram premiados em 2019. E o início será com o grupo de artistas que se apresenta no mês de agosto”, disse.

Para Marcus Alves, esta é uma forma de retomar as atividades com todas as precauções no que diz respeito ao controle de segurança sanitária em razão da pandemia da covid-19. “Temos consciência de que pequenas exposições, experiências estéticas, não provocam aglomeração, e vamos garantir a entrada controlada de pessoas”, assegurou.  

O conceito de Barril de Cultura, englobando todas as 28 experiências aprovadas num só projeto, foi desenvolvido junto com os artistas. Mês a mês, acontecerão atividades nas diversas áreas que foram aprovadas. “A Funjope, assim, dá um passo no sentido de dar segurança para os artistas de que os projetos terão continuidade”, afirmou.  

Casa da Pólvora

Ana Maia, coordenadora do Centro Cultural Casa da Pólvora, afirmou que a apresentação dos projetos deveria ter acontecido em 2020, mas não foi possível por conta da pandemia. Para ela, é importante a retomada dos movimentos culturais, permitindo aos artistas voltarem a expor seus trabalhos. “Mesmo que seja ainda com algumas limitações, é um primeiro passo no retorno do movimento cultural de João Pessoa que estava sem poder apresentar seus trabalhos. A Funjope está dando todo o apoio”, afirmou.

As exposições serão no monumento Casa da Pólvora e no Centro Cultural, utilizando os dois anfiteatros. “Estamos trabalhando na estrutura para receber os espetáculos de forma digna, tanto na logística para apresentação dos trabalhos, como no cuidado com os espaços”. Ela ressaltou que, além da Funjope e da sensibilidade do prefeito Cícero Lucena, o Festival envolve outras secretarias, como a Infraestrutura (Seinfra), Educação e Cultura (Sedec), além da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur).

Artistas

Ricardo Peixoto, integrante do Coletivo Brincantes de Imagens, explicou que o projeto do qual faz parte conta com a participação de 19 artistas. “A expectativa é a melhor possível, trazendo um projeto que foi contemplado um ano atrás. O projeto traz uma referência sobre a história do fiteiro, ponto comercial tradicional nos bairros, com seus personagens, suas estéticas visuais. Neles, encontramos nossas memórias afetivas e trazemos uma linguagem contemporânea. É um trabalho de sobreposições, conexões entre a escrita, a imagem, a sonoridade, a literatura”, afirmou. A apresentação desse projeto será na abertura do evento.

Com o projeto ‘Paraíba Revelada – a Capital em preto e branco’, o fotógrafo Hélder Oliveira, presidente do Conselho Municipal de Cultura, apresenta imagens captadas em 15 anos de atuação na fotografia autoral. “Tenho uma vivência muito grande no Porto do Capim e metade das fotos é de lá. A outra é um grande arquivo de cartões postais. Estou feliz porque é um trabalho que me representa, mas o mais importante é que sirva de injeção na estruturação das políticas culturais de João Pessoa. Minha expectativa é de que permaneçam o diálogo e as ações, e que o Barril seja um impulso, girando a cadeia produtiva, gerando conteúdo de qualidade”, afirmou.

“O edital de ocupação da Casa da Pólvora está, finalmente, sendo colocado em prática”, comemorou Dendê Ma’At, integrante do Fórum de Artistas Pretas e Pretos da Paraíba, cuja proposta de dança é ‘Corpo Navegação’, que trata do genocídio dos pretos. A apresentação será dia 28 de agosto.

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