Frigoríficos mineiros interrompem compra de gado após caso de vaca louca


 Frigoríficos de Minas Gerais interromperam as compras de gado para abate depois da confirmação de caso da doença conhecida como vaca louca no estado. A informação é da Afrig (Associação dos Frigoríficos de Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal).

Na semana passada, a identificação de dois casos atípicos da doença -um em frigorífico Belo Horizonte e outro do Mato Grosso- interrompeu as vendas de carne brasileira para a China, em um momento de crescimento das exportações mineiras ao país asiático.

Os seis frigoríficos do estado que operam com vendas para a China suspenderam as compras de bois para abate. Segundo o presidente da Afrig, Sílvio Silveira, eles estão com as câmaras frigoríficas cheias e há carne à espera de embarque nos portos.

Mesmo aqueles que não exportam -caso do próprio presidente da Afrig- começam a ser impactados, já que a carne que seria vendida para fora deve ser colocada no mercado interno. O temor é que o excesso de carne acabe forçando os preços para baixo.

Dono de um frigorífico em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Silveira diz que reduziu o prazo de compras de bois para abate. A apreensão aumenta porque não há um prazo para que o governo chinês autorize a retomada das compras no Brasil.

"No momento, dependemos da boa vontade da China em retomar as negociações, após ter sido descartado a possibilidade de surto. Não sei se estão utilizando a estratégia de segurar um intervalo de tempo para forçar baixa de preço, o fato é que nos resta aguardar a reabertura das fronteiras", disse Silveira.

Dois terços de toda a exportação mineira de carne bovina de 2021 tiveram o país como destino, segundo a Faemg (Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais).

As compras chinesas cresceram 18% de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo período de 2020, para US$ 390,5 milhões (R$ 2.061 bilhões). Em volume, a alta é de 6%, para 73 mil toneladas.

A Secretaria de Agricultura de Minas Gerais estima que a suspensão pode durar até 30 dias, e que só nos próximos meses será possível medir o impacto da paralisação para o estado.

Os casos de vaca louca registrados foram considerados atípicos, que é como são chamadas as ocorrências em que não há a possibilidade de surto entre os animais.

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