Universidades públicas da Paraíba são destaques em ranking de patentes de invenção no Brasil

 


Definitivamente, os melhores cérebros estão na Paraíba. Mentes brilhantes.  Pesquisas em nível de excelência. Tecnologia de ponta. Inovação e talentos. Expertise.  Com todas essas características, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), instalada no semi árido do Agreste paraibano, e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), ganharam destaque no ranking nacional com grandes invenções. A UFCG e UFPB se tornaram as maiores inventoras do Brasil este ano.

O ranking  que mostrou que no momento os maiores cérebros, estão em Campina Grande, é do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, e aponta que ela desbancou empresas e universidades de orçamento bilionário e se tornou a maior inventora do país.  Mais que figurar entre as maiores instituições do Brasil no quesito pedido de patentes, a UFCG, e UFPB ganharam a maturidade tecnológica para em breve lançar no mercado, produtos de qualidade que vão impactar positivamente na vida dos brasileiros.

A UFCG e a UFPB foram, respectivamente, as 1ª e 3ª classificadas no levantamento de maiores depositantes de registros das patentes de invenção no Brasil em 2020, feito pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Graças ao desempenho da UFCG, na Paraíba voltou a liderar o ranking do registro de patentes no Brasil. De acordo com os dados, divulgados esta semana, em 2020, a UFCG depositou no INPI 96 invenções, um número de registros maior que o da Petrobras, por exemplo, que ficou na segunda posição do ranking de maiores inventores, com 79 registros no ano passado.   Em 2019, a UFCG fez 90 registros, contra 82 em 2018.

Também em 2020, a UFPB foi responsável por 74 registros. Em 2019, foram 100. Em 2018, foram 94. Desde 2018 a UFPB tem figurado no TOP 5 do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) como uma das organizações nacionais que mais depositam patentes de invenção. O ranking do INPI sempre apresenta o resultado dos depósitos realizados no ano anterior

Juntas, em 2020, as duas universidades somam 3,32% de participação entre os 50 registradores de patentes de invenção do país. A UFCG também está presente na relação de patentes de programas de computador, ocupando a 15ª posição, com 22 registros.

O PB Agora ouviu o reitor da UFCG,  o professor Antônio Fernandes Filho, os pesquisadores Marcus Vinicius Lia Fook e Rennan Pereira de Gusmão, que destacaram algumas das invenções que levaram a instituição para o topo do ranking.

O engenheiro químico Marcus Vinicius Lia, Coordenador do Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste (Certbio ), enfatizou que mais importante que o pedido de patente, o ranking, serve para mostrar que a universidade atingiu a maturidade tecnológica e está pronta para incorporar os seus produtos no sistema produtivo.  Ele ressaltou que a TRL (Technology Readiness Level), representa o nível de maturidade tecnológica de determinada iniciativa.

“Tão importante para o pedido de registro de patente, é o quanto esse produto desenvolvido na academia, está pronto para ir para o mercado. Do ponto de vista técnico, isso tem uma sigla em inglês chamado TRL que significa que a instituição precisa ter maturidade tecnológica. Então, isso significa  o quanto a pesquisa está pronta para ser incorporada no sistema produtivo “, observou.

O professor observou ainda, que a incorporação da pesquisa no sistema produtivo, é o que vai dá oportunidade daquilo que é desenvolvido em uma universidade pública como a UFCG, ser útil a sociedade.

“Pararelo a isso, dá oportunidade de inserção dos seus profissionais. Esses dois vetores são fundamentais” enfatizo.

Os pesquisadores da UFCG registraram, por exemplo, patentes de alimentos funcionais que, além de nutrir, apresentam características benéficas à saúde.

A invenção, permitirá que no futuro, a pessoa possa comer comer um bolo sem glúten ou sem lactose feito com resíduo de extrato de alguma matéria-prima não convencional (como o amendoim); ou usar um sistema multimídia de acompanhamento de movimentação financeira pessoal para celular, outra invenção da universidade.

Somente o Certbio tem oito patentes depositadas no INPI, duas delas em processo avançado no TRL (Technology Readiness Level), que representa o nível de maturidade tecnológica de determinada iniciativa.

“Essas duas pesquisas trabalham com a quitosana, que é um dos polímeros naturais mais pesquisados no mundo para uso como biomaterial”, diz o coordenador do Certbio, Marcus Vinicius Lia Fook. Ele explica que essa classificação permite —além de aplicações em outros segmentos industriais— ser usado no segmento de saúde.

É do Certbio, o pedido de patente para o Processo e obtenção de Quitosana para uso em sistema de liberação controlada de insulina.

O professor contou que a membrana de quitosana que já está sendo utilizada agora em uma fase de uso em humanos para tratamento em um caso de úlcera diabética no Hospital Universitário da UFCG, aqui em Campina Grande”, diz.

O professor Marcus Fook, um dos entusiastas da ideia de ser inovador para colher benefícios, afirmou  que, além dos royalties que podem ajudar o laboratório, há outra vantagem no processo de registrar patentes. Ele destaca a possibilidade real de inserção de alunos em empresas.

“Há uma oportunidade de inserção de jovens pesquisadores nessas empresas que incorporaram os projetos. Temos uma empresa do interior de São Paulo que está absorvendo uma pessoa nossa”, diz.

Coordenador do Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia, o pesquisador Rennan Pereira de Gusmão comemorou o resultado. Ele destacou a qualidade das invenções da instituição, e lembrou que o grande objetivo das pesquisas e invenções desenvolvidas pela UFCG, é contribuir para melhorar a vida das pessoas.

O professor Rennan Pereira, explicou que a UFCG conta com vários laboratórios e grupos de pesquisa, em todos os seus centros de ensino, atuantes em diversas áreas de conhecimento, e tem uma comunidade acadêmica muito produtiva e motivada a desenvolver soluções tecnológicas para a sociedade. Existe um forte investimento institucional na transformação das invenções em ativos de propriedade intelectual, resultando nos depósitos de patentes no país.

A UFCG, segundo ele,  conta com o Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia – NITT, que apoia os pesquisadores em todas as fases da geração do ativo, seja em treinamentos, estudo de anterioridade, prospecção, revisão e acompanhamento das patentes junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI.

Para o reitor da instituição, o professor Antônio Fernandes Filho,  ao assumir papel de destaque nacional, como uma instituição desenvolvedora de invenções, a UFCG possibilita a abertura de grandes oportunidades para estudantes e pesquisadores, seja na geração de estágios, empregos, parcerias e captação de recursos para projetos.

Ele ressaltou que a Universidade está à disposição da sociedade para interagir no desenvolvimento de novas soluções e mostrar mais sobre os produtos, processos desenvolvidos e seus benefícios. Mas abraçar a inovação e incentivá-la como cultura organizacional e educacional exige uma gestão voltada à otimização dos processos administrativos.

“Nesse contexto, os procedimentos internos voltados à área de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) foram aperfeiçoados, e desde o início da gestão do Reitor Antônio Fernandes, a prioridade é dar celeridade às tramitações, garantindo a eficiência que a sociedade demanda. Assim, a UFCG caminha em direção ao futuro, reconhecendo na sua comunidade acadêmica o seu maior ativo, e se voltando para a solução de problemas da sociedade, cumprindo assim sua função maior, como instituição pública de educação superior “, destacou.

Os rankings do INPI incluem ativos como Patentes de Invenção, Modelos de Utilidade, Marcas, Desenhos Industriais e Software, entre outros.  Segundo o INPI, patentear um produto significa “ter o direito de impedir terceiros de produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar, sem o seu consentimento.

Para o diretor geral do Parque Tecnológico da Paraíba, professor  Nilson Silva, “a liderança das universidades, com o 1º e o 3º lugar no mesmo ano, coloca a Paraíba em destaque nacional de patentes, como prova do potencial de inovação que o estado tem”, disse ele.

A UEPB
A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), através da Agência de Inovação Tecnológica (Inovatec), também conquistou uma importante marca no hall das Instituições de Ensino Superior (IES) que mais investem em tecnologia e inovação. Pela primeira vez, a UEPB figura entre os 50 maiores depositantes residentes de Patente de Invenção (PI), após a divulgação do ranking do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). No ano passado, a Universidade conseguiu registrar 11 patentes, ficando na posição 48 do grupo.

E a produção tecnológica e inovadora deve contribuir para que a UEPB suba ainda mais no próximo ranking do INPI, uma vez que, até o momento, a Inovatec já confirmou mais 19 pedidos de patentes.

Este ano, a Instituição conseguiu o reconhecimento da patente “Composição à Base de Extrato Vegetal para uso na Endodontia”, concedido pelo INPI. O primeiro deferimento de pedido de patente conferido à UEPB é fruto de pesquisa realizada pela professora do Câmpus I, Ana Cláudia Dantas de Medeiros e estudantes da Instituição.

A tecnologia diz respeito a uma medicação com formulação à base de extrato de uma planta do semiárido com propriedades antimicrobianas, conhecida popularmente como ameixa-do-mato, ameixeira-do-brasil e umbu-bravo, entre outros. A formulação é dirigida para produtos relacionados aos campos da medicina dentária, especialmente para uso na endodontia, e composições farmacêuticas para uso humano e animal.

O principal apelo da tecnologia é a eficácia no combate à bactéria Enteroccocus faecalis no interior de canais radiculares, o que não é comum nas medicações intracanais disponíveis no mercado. Sendo, portanto, uma alternativa viável para a indústria de produtos de uso odontológico, possibilitando a introdução no mercado de um novo fitoterápico.

A UEPB também recebeu patente do INPI por protótipo de processo e instrumento para classificação de biodiesel. O idealizador da pesquisa que resultou na atual patente foi o professor José Germano Véras Neto, do Departamento de Química da UEPB.

Em abril deste ano, a patente foi pelo “Destilador de água compacto com eficiência máxima de reutilização”, invento que resultou de pesquisa do docente Josemir Moura Maia, junto com o servidor Poti Oliveira Cortêz Costa, ambos do Câmpus IV.

Severino Lopes 
PB Agora






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