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Consumo de bebidas energéticas ameaça a saúde do coração


Cardiologista Valério Vasconcelos aponta riscos

de arritmias, picos de hipertensão e infarto

Os brasileiros estão consumindo mais energéticos. Levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alclicas (Abir) revela que, entre 2010 e 2020,  o consumo desse tipo de bebida passou de 300 mililitros por habitante ao ano para 710 mililitros no mesmo período. Mas será que energéticos fazem mal à saúde?

Para o pesquisador e cardiologista Valério Vasconcelos, muita gente consome energéticos, mas sem saber que tal produto oferece riscos à saúde. Consumida, especialmente, para momentos de diversão na vida social ou para aumentar o desempenho no trabalho, a bebida pode prejudicar o coração e afetar a qualidade do sono devido ao alto teor de cafeína e outras substâncias.

Quem paga mais caro é o coração. A cafeína leva o sistema nervoso simpático a liberar hormônios estimulantes, como adrenalina e noradrenalina. Isso propicia o aumento da frequência cardíaca e o estreitamento dos vasos sanguíneos, fazendo subir a pressão. Em pessoas com problemas nas artérias  muitas vezes silenciosos , o efeito eventualmente serve como estopim para causar um infarto ou derrame cerebral”, afirma Valério Vasconcelos.

As principais complicações cardiovasculares decorrentes do uso em excesso dos energéticos, informa o médico, são as arritmias (aumento desordenado da frequência cardíaca) e os picos hipertensivos. Em casos extremos, podem causar infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco). Há ainda casos de dissecção coronária espontânea, quando a artéria do coração se lacera, e vasoespasmo coronariano, que é o fechamento da artéria do coração.

Conforme o cardiologista, que é autor do livro “O coração gosta de coisas boas”, se não bastassem os riscos do consumo isolado do produto, o cenário fica ainda mais preocupante quando o energético éacompanhado de bebida alcoólica. Resultado: amistura pode se tornar uma “bomba relógio” no sistema cardiovascular.

Caso a pessoa já tenha uma doença cardíaca, como arritmias e doença arterial coronária (placas de gordura nas artérias do coração), o cuidado deve ser redobrado. O álcool por si só acelera os batimentos e faz subir a pressão arterial  e com o energético, os efeitos são potencializados”, explica o cardiologista. E ele faz outro alerta. “Há mais umagravante: de modo geral, a combinação permite, inclusive, que o indivíduo tolere uma quantidade de álcool muito maior do que o normal”, diz.

ESTUDOS APONTAM RISCOS

Valério Vasconcelos lembra que vários estudosabordam os riscos de energéticos para a saúde do coração. “Pesquisas mostram que o consumo dessas bebidas com alto teor de cafeína pode levar a uma condição cardíaca potencialmente grave conhecida como fibrilação atrial (FA),um tipo de batimento cardíaco irregular (arritmia) que ocorre nas câmaras superiores do coração. Se não for tratada, FA pode causar palpitações cardíacas, coágulos sanguíneos, derrame e até insuficiência cardíaca em casos extremos”, pontua. Além da cafeína, as bebidas energéticas geralmente contêm outros ingredientes, como taurina (um tipo de aminoácido) e ervas que aumentam os efeitos da cafeína e desencadeiam reações adversas no coração.

 VITRINE DO CARIRI




FALA PARAÍBA BORGES NETO 

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