A convite do PT, MDB fará parte do conselho político da transição de Lula

 

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, se reuniu, nesta terça-feira (8), em Brasília, com o presidente do MDB, Baleia Rossi. Após o encontro, Gleisi anunciou que o PT convidou formalmente o MDB para participar do processo de transição do governo.

Em conversa com repórteres após o encontro no gabinete do MDB no Congresso Nacional, Baleia agradeceu o movimento petista e disse que consultará todas as lideranças regionais do partido antes de anunciar uma decisão.

“Já tenho feitos conversas e tenho convicção que o MDB estará participando dessas discussões”, afirmou o deputado emedebista, antes de dizer que espera ter uma decisão até esta quarta-feira (9).

Em sua fala, a presidente nacional do PT agradeceu a postura do partido durante o processo eleitoral, com destaque do apoio da senadora Simone Tebet (MDB) à candidatura petista.

“Vim aqui fazer um convite formal ao MDB para que integre conosco o processo de transição. Achamos muito importante ter os partidos formalmente, institucionalmente nesse processo”, declarou Gleisi.

Ela explicou que, nesta quarta-feira (9), o PT deve apresentar a formalização de 10 partidos políticos para formação de um conselho político no processo de transição.

Gleisi Hoffmann é quem estará à frente da equipe do conselho político do governo de transição. O nome do MDB, caso a adesão ao novo governo venha a ser aprovada internamente no partido, será o último a ser definido. Além dele, também vão compor esse time integrantes do PDT, PSB, PV, PCdoB, Rede, Solidariedade, entre outros partidos.

A lista dos integrantes do conselho político, à qual a analista da CNN Thais Arbex teve acesso, inclui: José Luiz Penna, presidente do PV; Jefferson Coriteac, vice-presidente do Solidariedade; Daniel Tourinho, presidente do Agir; Wolney Queiroz, deputado federal do PDT; Felipe Espirito Santo, integrante da direção do Pros; Carlos Siqueira, presidente do PSB; Wesley Diógenes, porta-voz da Rede; Luciana Santos, presidente do PCdoB; Juliano Medeiros, presidente do PSOL; e Guilherme Ítalo, da direção do Avante.

“Isso não prejudica a indicação de técnicos e pessoas que possam ajudar nos processos e grupos de trabalho do processo de transição. Serão, se não me engano, 32 grupos de trabalho para fazer um diagnóstico do governo. O presidente Baleia ficou de conversar com o partido, mas senti grande disposição para caminharmos juntos”, pontuou Gleisi.

Baleia Rossi destacou que o MDB tem diferenças regionais, muitos líderes, e todos serão consultados: “Não vou tomar a decisão sozinho. O MDB não tem dono, tem muitos líderes e conversarei com cada um deles. Acredito que até amanhã teremos essa definição.”

Gleisi completou que não há prazo definido para se acrescentar todos os nomes do MDB na transição. “Durante a semana vamos divulgando e formalizando os nomes com responsabilidade, porque são vários grupos de trabalho”.

“O que o presidente Lula deixou claro é que quem participar da transição, necessariamente não será ministro – que as pessoas não mantenham expectativa. Transição de governo é uma coisa, composição de ministério é outra”, pontuou ainda a presidente do PT.

Reforma tributária e reforma trabalhista

“Fiz ponderações à presidente Gleisi – principalmente no que diz respeito a algumas pautas caras ao MDB, como a reforma tributária. Claro que pode ter mudanças, mas é uma pauta que conversa com a sociedade, principalmente com as propostas do presidente Lula de gerar emprego, renda e que nossa economia volte a crescer”, disse Baleia.

Ele também afirmou que demonstrou preocupação com o pacto federativo, e reafirmou as sugestões programáticas que Tebet já tinha feito a Lula, nas áreas da Educação, Saúde e política para as mulheres.

Questionada sobre questões como a reforma trabalhista e a privatização da Petrobras, Gleisi pontuou que “não são temas da transição”. “A transição é um período que fazemos diagnóstico de governo, não é programática. Ela também elenca medidas emergenciais para começar um governo. Precisamos saber o que foi desmontado, o que não foi, o que tem a pagar”, disse.

“Claro que os grupos de trabalho também vão determinar sugestões. Mas a questão programática se dará durante o governo. A questão da reforma trabalhista foi objeto de discussão na campanha. O presidente Lula deixou claro que tem o objetivo de discutir a revisão de pontos ou não, e ele chamará todos os interessados para tomar uma decisão dessa magnitude. Jamais vai tomar essa decisão sozinho”, acrescentou.

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