Dos pais para filhos: mentiras podem parecer inofensivas, mas prejudicam crianças

 


“Na volta eu compro. O parque está fechado. Eu estarei lá em um minuto. Não tenho dinheiro. Papai Noel está observando seu comportamento”. Estas são algumas mentiras muito comuns, na relação entre pais e filhos. No Dia da Mentira (1º de abril), o psicólogo do Hapvida NotreDame Intermédica, Marcos Sueudy, analisa esse comportamento e afirma que é prejudicial ao desenvolvimento dos pequenos, pois não os ensina a lidar com frustrações e até estimula a reproduzir a prática.

“A mentira é um comportamento real sobre algo que não é real. Muitas vezes, decidir mentir pode impedir o indivíduo sentir a frustração, mas penso que os pais são os maiores influenciadores dos primeiros valores que uma criança aprenderá, e não aproveitar para ensinar como lidar com a frustração é um grande erro”, disse o psicólogo.

Marcos Sueudy afirma que é importante falar sobre dois fatos, em relação a pequenas mentiras contadas para as crianças. O primeiro é que ela normalmente imita os pais e ao perceber que eles mentem, vai desejar mentir. O outro fato é a rotina, a criança se apega a ela e quando sente prazer ou percebe que tem reforço e ganhos com essa atitude, ela continua com a mentira.

“Por isso, digo que os filhos podem se acostumar com a mentira e é certo, ela tem ‘perna curta’ e começa ‘curta’, mas rápido cresce e dificilmente como um vício, uma criança pode ter grande dificuldade em mudar de comportamento”, alertou.

O especialista explica que existe uma fase em que a criança não compreende o que é verdade e mentira, ou seja, a mentira só torna-se intencional a partir dos sete anos, onde a criança já adquiriu noções de valores sociais e sabe exatamente a diferença da verdade e da mentira.

“O perigo é que os pais que mentem se acostumam a criar situações irreais e, então, caem na rotina e intencionalmente voltam a falar inverdades. A criança em algum momento perceberá a falha dos pais e aprende que pode mentir em algum momento. Por isso, é sempre melhor dizer a verdade, pois tanto os pais quanto as crianças estarão alinhadas a uma relação saudável e confiável. A verdade fortalece a relação familiar”, ressaltou.

O psicólogo também dá dicas de como agir diante das mentiras dos filhos e afirma que lidar com a birra e a mentira são dois grandes desafios na educação dos filhos e elas geralmente andam juntas. Ele orienta que é importante evitar confrontos e discussões e sempre procurar os motivos da mentira. Assegurar que os pais vão conversar e não irão punir mostra confiança na relação com os filhos e ao mesmo tempo fortalece o vínculo afetivo familiar, este ampara o filho a decidir não mais mentir.

“Uma boa opção é que nestas situações de conversa, os pais podem trazer exemplos pessoais de sua infância e compartilhar as consequências de suas mentiras. Isso vai gerar na criança a aprendizagem de não mentir. E por fim, sempre faço essa sugestão, recompensar a criança quando ela acertar é extremamente importante, por isso, negocie com seu filho, dizendo a ele que se ele não mentir mais será premiado o impulsiona a não se comportar como um mentiroso”, disse o psicólogo.

PB Agora

FALA PARAÍBA-BORGES NETO

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