Municípios devem reduzir investimentos devido ao aumento do salário mínimo

 


O aumento do salário mínimo em 2024 vai trazer benefícios à população brasileira, mas também pode complicar a folha de pagamento dos 223 municípios paraibanos. De acordo com George Coelho, presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), os investimentos podem ser reduzidos para que os salários sejam cumpridos todos os meses.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta última quarta-feira (27) um reajuste de R$ 92, saindo de R$ 1.320 para R$ 1.412. O valor é inferior ao do ano passado, que saiu de R$ 1.212 para R$ 1.320, e do retrasado, de R$ 1.100 para R$ 1.212. Porém, em 2021, o aumento foi equivalente a R$ 55; em 2020, R$ 47; e 2019, R$ 34.

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A medida obviamente traz benefícios diretos à população brasileira, mas complicações para empregadores, empresários e também gestores públicos. Em entrevista ao programa Hora H, da Rede Mais Rádio, nesta última quinta-feira (28), George Coelho ressalta a importância do aumento, mas cobra maneiras de que o reajuste seja melhor viabilizado.

“O salário mínimo sempre tem que ter esse aumento acima da inflação e, portanto, [a população] ter esse poder de compra. Mas você sabe que quando você coloca no total, você coloca em todos os funcionários da rede municipal, aqueles que trabalham e tem seus direitos. Portanto, nós temos que ver condição de pagamento. E isso pode ser que afete as folhas de pagamento, até porque já estão em níveis elevados”, alertou o presidente da Famup.

A preocupação está direcionada aos municípios mais pobres da Paraíba, que, certamente, vão ter mais problemas para reajustar a folha de pagamento. Para George, tudo dependerá do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Com a atenção voltada ao pagamento dos servidores, mais difícil será a capacidade de investimentos na Saúde, Educação, Infraestrutura, etc.

“Nós precisamos ter a capacidade de investimento e temos que ver também a capacidade de recurso, o que vai ser realmente repassado da projeção, se vai ser cumprido do FPM no próximo ano”, enfatizou o presidente da Famup.

Leonardo Abrantes – MaisPB



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