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O desembargador Ricardo Vital de Almeida, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), pediu pauta para que a Câmara Criminal julgue em janeiro do próximo ano a decisão que decretou a prisão do Padre Egídio de Carvalho Neto, no âmbito da Operação Indignus. O religioso é o principal investigado sobre a suspeita de esquema que teria desviado recursos milionários destinados à manutenção do Hospital Padre Zé, em João Pessoa.
Na semana passada, mais precisamente dia 19 de dezembro, o Ministério Público da Paraíba encaminhou um parecer ao Tribunal de Justiça defendendo a manutenção das prisões. No documento assinado pela procuradora Maria Lurdélia Diniz de Albuquerque Melo, que o Portal MaisPB teve acesso, o órgão diz que as cautelares são necessárias para garantia da ordem pública.
“A liberdade dos investigados equivale à garantia da impunidade e à perpetuação de um infindável ciclo de ocultação patrimonial, o qual dificultará significativamente a recuperação do produto financeiro desviado. Este, por sua vez, poderá futuramente contribuir para a restauração da saúde financeira da instituição e, consequentemente, para a ampliação do espectro de atuação em proteção dos pobres e necessitados, perpetuando a missão do Padre Zé”, escreveu a procuradora.
Lurdélia prossegue ainda dizendo que os desvios praticados pelos investigados afetou a vida de diversas pessoas, sendo a maior parte de pacientes que necessitavam do serviço de saúde pública.
“Ante todo o exposto nos autos, é de se considerar que os investigados, protagonistas de um dos maiores escândalos de corrupção institucional na história da Paraíba, desviaram recursos durante a crítica pandemia de COVID-19, recursos esses destinados ao cuidado dos mais necessitados. É imperativo questionar, ainda, quantas vidas foram perdidas ou impactadas negativamente devido às ações deste grupo, e assim, reconhecer a necessidade de uma resposta judicial justa e equitativa, independente do status social ou econômico dos envolvidos”
A prisão do Padre Egídio
Padre Egídio Carvalho foi preso de forma preventiva no dia 17 de novembro durante a segunda fase da ação coordenada pelo Ministério Público da Paraíba e até hoje segue detido na Penitenciária Especial do Valentina de Figueiredo, apesar de frustradas tentativas de liberdade junto a Cortes Superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Além de Egídio, também foram decretadas as prisões de Amanda Duarte e Jannyne Dantas. A primeira foi colocada em prisão domiciliar e a segunda continua presa no Presídio Feminino Júlia Maranhão, em João Pessoa.
MaisPB
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