Com 3,3 mil toneladas colhidas, Paraíba se consolida como potência na produção de fava


 De acordo com Barreto, a feira de Campina Grande, localizada na área Central da cidade, é um local representativo da fava na Paraíba, por conter uma grande variedade de tipos e tamanhos da semente. 


“Apesar das famílias não consumirem todos os dias, o cultivo é sustentável já que a atividade não exige umidade. Se após a floração o tempo for seco, a planta se adequa e consegue desenvolver suas vagens no tempo seco. A fava é uma cultura muito promissora e pode ser introduzida em outras atividades agrícolas, garantindo um bom lucro e pouca preocupação com o manejo da plantação”, detalhou. 

O pesquisador detalha que a planta pode ter dois formatos, o de crescimento indeterminado, que tem uma ramagem mais longa e na maioria das vezes é cultivada junto ao pé de milho e isso ajuda os agricultores na economia dos espaços no terreno plantando duas culturas. Outro formato é o moita, que tem um crescimento menor e arredondado. 
Estudo 

A Embrapa, por meio dos Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF), divulgou o Catálogo de Fava  (Phaseolus lunatus L.) Conservada. A publicação tem informações detalhadas sobre as espécies dos grãos encontrados nos biomas da Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Amazônia.

Na região da caatinga da Paraíba foram catalogadas pela instituição 14 tipos de fava cultivadas nas cidades de Campina Grande (tipo cearense), Juarez Távora (t. branca), Alagoa Grande (t. Pacatuba), Areia (t. olho verde),  Esperança (t. moita), Alagoa Nova (t. cara larga), Matinhas (t. coquinho, eucalipto), Mogeiro (t. manteiga). Só no município de Queimadas são produzidos cinco tipos: galo de campina, preta, boca de moça, lavadeira e a orelha de vó.

Culinária 

A fava é apreciada no mundo inteiro e destaca-se pelo seu sabor suave e amanteigado. De acordo com os estudos da Embrapa, entre os nutrientes encontrados no grão, estão: proteínas, fibras, ácido fólico (vitamina B9) e antioxidantes. Contém também zinco, potássio, manganês, fósforo, ferro, cobre e tiamina (vitamina B1). Além do Brasil, a semente é consumida na América Latina, nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia.

Na Paraíba, o consumo da leguminosa pode ser verde, madura ou seca e é servida em diversos pratos nos restaurantes. Um desses estabelecimentos é o Bar do Flávio, localizado no bairro de Manaíra, em João Pessoa, a favada, como muitos chamam, tem destaque no cardápio. Desde quando o restaurante abriu, em 2009, o prato é servido no local.

A receita leva carne de charque, bucho e barriga de porco e temperos. Ao ser servido, o prato é incrementado com charque e tripa assadas, sendo um dos petiscos mais vendidos no restaurante. 

De acordo com um dos proprietários do Bar, Flávia Bulhões, para dar conta da demanda dos pedidos são compradas uma saca de 60kg de fava ao Antônio Carlos, feirante do Mercado Central, citado no início da reportagem. 

“Compramos a saca da semente seca, há seis anos no mesmo fornecedor, esse é um dos pontos fortes da nossa receita. Desde o início a fava sempre foi bem aceita pelos clientes , com uma ótima saída, até hoje é o petisco mais pedido. Abrimos em março de 2009 e sempre tinha o prato no cardápio, no início vendíamos apenas favada e depois acrescentamos charque e tripa no mesmo pirex, e fez o maior sucesso”, concluiu Flávia.

Pauta Real / FALA PARAÍBA BORGES NETO 

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