Metanol: número de mortes por intoxicação sobe para 8 e Brasil confirma 41 casos


 O número de mortes confirmadas por intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas subiu para oito, segundo o novo balanço do Ministério da Saúde divulgado na noite desta quarta-feira, 15. O levantamento mostrou ainda que há 41 registros confirmados e outros 107 em investigação. O estado de São Paulo concentra a maior parte dos episódios de casos e óbitos.

De acordo com a pasta, até o momento, os casos com confirmação laboratorial tinham sido registrados apenas nos estados de São Paulo (33), Paraná (4), Rio Grande do Sul (1). Agora, três episódios foram confirmados em Pernambuco. O ministério informou ainda que 469 notificações foram descartadas.

Em São Paulo, operações para coibir fábricas clandestinas de bebidas foram intensificadas. O estado lidera a lista de casos em investigação, totalizando 57 notificações, seguido por Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1).

O último balanço, divulgado na última sexta-feira, indicava a confirmação de cinco mortes, todas registradas em São Paulo. Agora, foram incluídos dois óbitos de Pernambuco e mais um de São Paulo. São investigados outros dez: quatro também em São Paulo, três em Pernambuco, um no Mato Grosso do Sul, um na Paraíba e um no Paraná.

Na semana passada, o Brasil recebeu o lote com 2.500 unidades do antídoto fomepizol, indicado para casos de intoxicação por metanol. O medicamento, que não tem registro sanitário no Brasil, foi adquirido em meio à crise do metanol por meio do Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). “O medicamento é considerado raro devido à baixa produção mundial”, informou, na ocasião, o ministério.

Como funciona o antídoto?

O professor do Departamento de Química da USP Ribeirão Preto e toxicologista Daniel Junqueira Dorta, informou que o fomepizol é mais eficaz do que o etanol farmacêutico utilizado no socorro das vítimas que está disponível no país.

“Ele é aplicado diretamente na corrente sanguínea na veia e vai inibir aquelas enzimas que fazem o processo de metabolização do metanol. Assim, fica só o etanol, que é menos tóxico.” Dorta explica que, para obter os melhores resultados da medicação, ela deve ser administrada assim que os sintomas se manifestarem. Logo, as pessoas não devem esperar o agravamento do quadro para buscar ajuda médica.

Uma nota técnica do ministério reforça a orientação para uso do etanol farmacêutico como antídoto efetivo para os casos de intoxicação.

O ministério informou que os hospitais universitários federais entregaram 4.300 doses de etanol farmacêutico e que uma doação de 12 mil ampolas do produto foi feita pela empresa brasileira Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos para os estoques do Sistema Único de Saúde (SUS).

Como identificar uma possível intoxicação por metanol

O metanol é um tipo de álcool usado na indústria e que não pode ser consumido por desencadear a produção de substâncias altamente tóxicas ao ser metabolizado no fígado, como formaldeído e ácido fórmico.

Elas atacam o sistema nervoso central, o nervo óptico e os rins, causando comprometimento neurológico, cegueira irreversível e insuficiência renal em casos mais graves. O quadro pode evoluir para choque e óbito.

É fundamental ficar atento a sintomas como cólica, sonolência, tontura, náuseas, vômitos, confusão mental, taquicardia, visão turva, fotofobia e convulsões. 

A pessoa deve buscar socorro médico para receber o antídoto, um etanol usado em ambientes hospitalares, para cortar a metabolização do metanol.

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